Quando começamos a aprender sobre o Bitcoin, é fácil perceber que há muitas notícias negativas circulando sobre essa criptomoeda. Essa situação pode ocorrer devido a mal-entendidos ou à divulgação de informações incorretas sobre o Bitcoin.

No entanto, à medida que adquirimos conhecimento, nos educamos e fazemos um esforço para compreender, assim, a maioria das pessoas começa a perceber que muitas dessas afirmações não são verídicas.

Neste artigo, iremos desvendar os principais mitos sobre o Bitcoin e esclarecer algumas das mentiras mais comumente difundidas.

Vamos lá?!

1. “Bitcoin é muito volátil pra ser dinheiro e não deveria ser considerado investimento.”

O Bitcoin alcançou uma capitalização de mercado de um trilhão de dólares em apenas 12 anos, uma conquista inédita na história de qualquer outro ativo ou empresa.

No entanto, essa trajetória não ocorreu em linha reta, sendo acompanhada de uma alta volatilidade. Portanto, essa volatilidade é um preço a pagar pela valorização de mais de 6 bilhões por cento desde 2009.

O Bitcoin é volátil devido à sua condição de reserva de valor em fase de adoção, ou seja, ele ainda está na fase de descoberta de preços. Entretanto, no futuro, espera-se que a volatilidade diminua à medida que o Bitcoin amadurecer e a capitalização de mercado aumentar.

Além disso, o Bitcoin é volátil porque segue a lei básica da oferta e demanda, sem manobras para estabilizar seu preço.

Apesar da volatilidade, o Bitcoin elimina um dos maiores riscos associados aos investimentos centralizados, que é o risco de contraparte, isto é, o risco de que a instituição que guarda os ativos declare falência, fuja ou não pague o que deve.

Com o Bitcoin, não há esse risco de contraparte. Portanto, quando se faz a custódia dos seus satoshis, você se torna o seu próprio banco. Essa é uma característica que o mercado tradicional centralizado nunca conseguiu eliminar, e é exatamente isso que o Bitcoin resolve.

2. “O Bitcoin não é escalável, não vai dar certo”

Muitas pessoas comparam o Bitcoin com a Visa e a MasterCard e argumentam que o Bitcoin não é escalável porque não processa milhares de transações por segundo.

A camada base do Bitcoin (blockchain) pode acomodar um grande número de transações que são confirmadas a cada 10 minutos. No entanto, ela não foi projetada para suportar um volume extremamente alto de transações. Isso não é um defeito, mas sim uma vantagem.

O Bitcoin não é escalável na camada 1 porque prioriza a manutenção do mais alto nível possível de segurança e descentralização.

A rede Bitcoin conscientemente optou por manter a rede imutável e resistente à censura, buscando a escalabilidade em camadas adjacentes, acima da camada blockchain. É para isso que existe a Lightning Network, uma rede que permite transações rápidas e que pode até mesmo competir com a Visa e a MasterCard no futuro.

Portanto, a segurança e a descentralização são priorizadas na camada 1, enquanto a velocidade e o baixo custo das transações são priorizadas na camada 2.

3. “Bitcoin é muito complexo para as pessoas entenderem e usarem”

Essa afirmação não faz sentido, pois é como se as pessoas precisassem entender como um cartão de crédito funciona para utilizá-lo, ou como um microondas funciona para aquecer alimentos.

As pessoas simplesmente precisam reconhecer o valor do Bitcoin como uma forma de dinheiro que se valoriza ao longo do tempo, que não pode ser depreciado ou confiscado, e que pode ser transferido rapidamente para qualquer lugar a um custo muito baixo. Não é necessário ser um especialista, apenas tomar decisões mais inteligentes sobre onde guardar valor a longo prazo.

Assim como qualquer outra tecnologia, com o tempo, o uso do Bitcoin se torna cada vez mais fácil, comum e intuitivo.

4. “Bitcoin é usado por criminosos”

Os céticos e críticos afirmam que Bitcoin é usado por criminosos porque os primeiros casos de uso do Bitcoin estavam associados a transações ilícitas. No entanto, isso não compromete o propósito do Bitcoin. De fato, a história demonstra que os primeiros a adotar qualquer nova tecnologia são frequentemente os criminosos.

Um exemplo é o carro, que inicialmente foi utilizado por assaltantes de bancos. No entanto, isso não impediu as pessoas de comprarem carros. Assim, qualquer tecnologia é uma ferramenta que pode ser usada para o bem ou para o mal. Lembre-se, a escolha de como utilizar essa ferramenta cabe a cada indivíduo.

Relatórios indicam que a quantidade de atividade criminosa envolvendo o Bitcoin é relativamente baixa.

Um estudo realizado em 2020 pela Chainalysis, uma empresa líder em análise de blockchain, revelou que menos de 1% de todas as transações de Bitcoin naquele ano estavam relacionadas a atividades ilícitas.

Essa porcentagem é minúscula em comparação às transações ilícitas realizadas por meio dos sistemas financeiros tradicionais. Um relatório da ONU estima que entre 2% e 5% do PIB global é utilizado para lavagem de dinheiro anualmente, o que evidencia que o sistema financeiro convencional é amplamente utilizado em atividades criminosas em maior escala.

O Bitcoin está auxiliando milhares de pessoas a sobreviverem em economias inflacionárias, onde a moeda local entra em colapso. Nessas situações, o Bitcoin tem sido uma salvação para famílias inteiras.

5. “O Bitcoin é centralizado porque pouca gente tem grandes quantidades de BTC”

Essa afirmação não é verdadeira por dois motivos:

  • Em primeiro lugar, o fato de poucas pessoas possuírem Bitcoin em suas carteiras não significa que o Bitcoin seja uma rede centralizada. A descentralização do Bitcoin é determinada pela sua ampla rede de nós espalhados pelo mundo.
  • Em segundo lugar, o número de endereços com menos de um Bitcoin tem aumentado significativamente nos últimos anos.

De acordo com uma análise realizada pelo pesquisador Caio Leta na Anti Research: “O número de endereços utilizados (destacados em roxo no gráfico abaixo) continua aumentando constantemente, seguindo uma tendência aproximadamente linear. Além disso, o número de endereços com saldos maiores que 0.1 e 1 BTC também mostra uma tendência de crescimento contínuo. Esses endereços são considerados um indicador da adoção pelos poupadores, ou seja, pessoas que realizam o DCA (dollar cost averaging), isto é, compram periodicamente por acreditarem nos fundamentos do ativo.”

Gráfico da evolução dos endereços na rede Bitcoin

6. “Bitcoin é um esquema Ponzi”

Essa é uma afirmação clássica, mas o Bitcoin não atende a nenhum dos critérios para ser classificado como uma pirâmide.

O Bitcoin não promete uma valorização garantida, não exige que você recrute outras pessoas, seu código é de código aberto e está disponível para qualquer pessoa auditar, não houve pré-mineração e não há um líder ou uma única pessoa no comando. Apenas você tem acesso e liberdade para movimentar seu saldo sem depender de terceiros.

Portanto, no Bitcoin, há um incentivo para a auto custódia, ou seja, você guarda suas moedas com você e não depende de terceiros.

7. “Existem criptomoedas muito melhores e mais inovadoras que o bitcoin”

Uma coisa crucial a ser compreendida ao estudar o mundo das criptomoedas é que o Bitcoin não é igual às outras criptomoedas.

Entretanto, é fácil cair nessa armadilha e se confundir.

O Bitcoin foi criado em circunstâncias que outros projetos não conseguem mais reproduzir. Logo, qualquer tentativa de replicação envolveria centralização. O Bitcoin é totalmente descentralizado, enquanto outras criptomoedas, também conhecidas como altcoins, possuem algum grau de centralização. Muitas delas foram pré-mineradas e estão nas mãos de seus fundadores ou desenvolvedores.

Leia aqui: quem realmente controla o Bitcoin?

Alguns críticos argumentam que existe a carteira do Satoshi Nakamoto, o criador do Bitcoin, mas ele nunca vendeu nenhum desses BTC. Ou seja, Satoshi nunca obteve lucro pessoal. Ele iniciou a rede e desapareceu sem converter ou movimentar qualquer satoshi. Isso é diferente de outros projetos em que os fundadores vendem tokens para obter lucros pessoais.

O Bitcoin possui a maior rede de efeito, o maior poder computacional e utiliza o mecanismo de consenso chamado Proof of Work, que garante a descentralização.

Todos os projetos que afirmam ser mais rápidos, mais baratos ou mais ecologicamente sustentáveis que o Bitcoin estão, em algum nível, comprometendo a segurança ou a descentralização da rede para vender a ideia de que são superiores ao Bitcoin, o que não é verdade.

8. “O Bitcoin não é apoiado por governos, por isso não presta”

Muitas pessoas acreditam que o dinheiro fat é seguro porque é respaldado por um governo, mas a realidade é que o dinheiro fiduciário é baseado em dívidas.

Estamos todos sobrecarregados de dívidas!

Se todos quisessem sacar seu dinheiro ao mesmo tempo, os bancos entrariam em colapso. Não há dinheiro suficiente para pagar a todos, apenas crédito!

Funciona da seguinte maneira: um banco toma empréstimo de outro banco, que por sua vez toma empréstimo do Banco Central, que por sua vez toma empréstimo de outro Banco Central, em um grande castelo de cartas global.

O Bitcoin resolve esse problema, pois não permite crédito na cadeia principal. A qualquer momento, as pessoas que possuem suas chaves privadas podem ter acesso total aos seus Bitcoins e movimentá-los. É o oposto do sistema atual.

9. “O Bitcoin não gera nenhum fluxo de caixa, por isso não tem valor intrínseco”

Só porque um ativo não gera fluxo de caixa, não significa que não tenha valor. As pessoas compram vários ativos que não geram fluxo de caixa para armazenar riqueza, como imóveis, arte, ouro, diamantes, dentre outros.

Além disso, grande parte do ouro no mundo não é utilizado para fins industriais ou joias, mas sim como reserva de valor. Uma pequena porção do ouro é utilizada na indústria, enquanto a maior parte simplesmente existe, garantindo um valor de longo prazo no cofre de alguém.

Por outro lado, a prata, um metal menos escasso, é amplamente utilizado na indústria em comparação com seu uso como reserva de valor. É por isso que o Bitcoin reflete os fundamentos do ouro e não da prata.

10. “ Moedas Digitais do Banco Central (CBDC) matarão o Bitcoin”

Se os Bancos Centrais têm a capacidade de desvalorizar suas moedas por meio da impressão de mais dinheiro, essa ação se tornará ainda mais fácil digitalmente. As Moedas Digitais dos Bancos Centrais (CBDCs) não representam uma ameaça para o Bitcoin, pois apenas perpetuam as más políticas monetárias por mais tempo, porém de forma digital.

O dinheiro fiat, mesmo que na forma digital, mantém suas características centralizadas, inflacionárias e sem a capacidade de preservar o poder de compra.

Leia também: Real Digital: Uma arma de vigilância em massa

Conclusão

Esperamos que este artigo tenha ajudado a esclarecer algumas ideias equivocadas (mentiras!) sobre o Bitcoin.

Na realidade, muitas das coisas que as pessoas ouvem e acreditam sobre o Bitcoin não são verdadeiras.

À medida que aprendemos mais e entendemos como o Bitcoin realmente funciona, podemos perceber o seu verdadeiro valor e como ele pode transformar a maneira como lidamos com o dinheiro.

Portanto, não se deixe enganar pelos mitos, o Bitcoin é uma inovação revolucionária, tanto tecnológica quanto financeiramente.

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