Os exit scams, ou golpes de saída, são uma ameaça constante no mundo das criptomoedas, trazendo prejuízos enormes para investidores no mundo todo.
Esses esquemas consistem em projetos fraudulentos que arrecadam grandes quantias e, de forma inesperada, desaparecem com o dinheiro das pessoas.
Para você ter uma ideia da gravidade, em 2019, o famoso esquema Ponzi PlusToken arrecadou US$ 2,9 bilhões por meio de um desses golpes, o que representou 64% dos crimes graves de criptomoedas naquele ano, de acordo com relatório da CipherTrace.
Em 2020, ocorreu a mesma coisa: outro esquema, desta vez o WeToken, operado inclusive por alguns dos mesmos responsáveis pelo PlusToken, desviou US$ 1,1 bilhão, contabilizando 50% dos golpes mais graves no mercado de criptoativos (shitcoin) daquele ano.
Por esses e outros motivos, ficar cada vez mais atento aos golpes do mercado é fundamental. Dessa forma, no artigo de hoje, explicaremos tim tim por tim tim de tudo que você precisa saber para reconhecer um exit scam de longe e evitar problemas futuros.
Bora lá?!
Índice:
O que é exit scam?
Exit scam, ou golpe de saída, é um tipo de fraude em que os responsáveis por um projeto, plataforma ou exchange de criptomoedas (shitcoins) arrecadam dinheiro de investidores e, depois de atingir um valor significativo, somem com o montante sem deixar rastros.
Basicamente, eles fecham a empresa de forma repentina, levando consigo o capital (e a paz) de todos os envolvidos.
Esse golpe pode acontecer de várias formas, como ofertas de shitcoins (como AGIX e Cardano), projetos DeFi (finanças descentralizadas) e até exchanges (veremos mais sobre esses tipos de exit scam adiante).
Assim, como o ambiente cripto é descentralizado, os golpistas aproveitam o anonimato e a falta de fiscalização para criar shitcoins, promovê-las e fugir com o dinheiro dos investidores.
Como funciona o golpe de saída?
O exit scam se desenvolve em etapas bem planejadinhas, justamente para ganhar a confiança de investidores e, assim, arrecadar o máximo possível de dinheiro.
Veja como ele geralmente funciona:
- Lançamento do projeto: primeiro acontece a criação de um projeto atraente, como uma nova shitcoin, plataforma DeFi ou uma exchange. Assim, golpistas investem em um site profissional, redes sociais, documentos técnicos (white papers) e promessas de retornos financeiros atrativos até demais.
- Promoção agressiva: para atrair mais investidores, os responsáveis investem em um marketing pesado nas mídias, fóruns e até com influenciadores da comunidade cripto. Muitas vezes, prometem “inovações revolucionárias” ou “retornos garantidos”, o que desperta a curiosidade de investidores – especialmente os iniciantes.
- Fase de captação: depois, é hora de coletar os investimentos. Aqui os golpistas incentivam as pessoas a comprarem tokens ou a deixarem seus fundos na plataforma, com a promessa de que os valores crescerão no curto prazo. Às vezes, fazem até pequenas devoluções iniciais (os chamados paybacks) para que as vítimas se sintam seguras e invistam ainda mais.
- Por fim, o desaparecimento: após arrecadar uma quantia considerável, os golpistas encerram o projeto do nada – tiram o site e as redes sociais do ar e desaparecem com os fundos das pessoas. Nesses casos, muitas vítimas só percebem o golpe quando já não conseguem acessar suas contas, quem dirá receber seus investimentos de volta.
Quais as principais formas de exit scam?
Os exit scams podem aparecer de diversas maneiras, com todo tipo de promessas e mecanismos. Abaixo, listamos algumas das principais formas:
1. ICOs fraudulentas
ICOs são ofertas iniciais de moedas, ou seja, campanhas de financiamento em que novos projetos vendem tokens para arrecadar fundos. Em um exit scam de ICO, os golpistas criam um projeto falso, apresentam uma ideia aparentemente promissora e, assim, arrecadam grandes quantias vendendo esses tokens para investidores.
Depois, simplesmente encerram o projeto e desaparecem com o dinheiro, sem nunca lançar a plataforma ou o produto prometido. Esse tipo de golpe foi muito comum entre 2017 e 2018, quando houve um “boom” de ICOs.
2. Rug Pull em projetos DeFi
Em projetos DeFi (finanças descentralizadas), rug pull é uma tática onde os golpistas criam um token ou um pool de liquidez em uma exchange descentralizada e atraem investidores.
Assim, os rug pulls acontecem quando os criadores de uma criptomoeda retiram secretamente os fundos investidos, causando a desvalorização súbita da moeda e deixando os investidores com ativos sem valor.
3. Exchanges fraudulentas
Algumas plataformas de troca de criptomoedas são criadas unicamente para aplicar golpes. Essas exchanges geralmente parecem super verdadeiras e funcionam normalmente por um período, permitindo que os usuários comprem e vendam criptos.
Entretanto, após atrair muitos clientes e valores significativos, os operadores encerram a exchange de repente e somem com os fundos dos usuários.
Esse golpe é mais difícil de identificar, pois a plataforma opera perfeitamente normal até o momento do fechamento.
4. Pirâmides financeiras e esquemas Ponzi
Esse é um dos golpes mais clássicos adaptado ao universo cripto.
Em esquemas de pirâmide, golpistas incentivam as pessoas a investir, prometendo altos retornos e recompensas adicionais pela indicação de novos investidores.
Para parecer legítimo, os primeiros investidores realmente recebem parte dos lucros, mas esses pagamentos vêm do dinheiro de novos investidores. Quando não conseguem mais recrutar novas pessoas ou os valores arrecadados atingem um pico, os golpistas desaparecem com o restante dos fundos.
Essas são as quatro formas mais comuns de exit scam. Portanto, conhecer esses métodos é o primeiro passo para identificar projetos suspeitos que possam aparecer no seu caminho e evitar envolvimento em golpes.
Como reconhecer um golpe de saída?
Para se proteger desse golpe, você precisa saber identificá-lo. Por isso, confira abaixo alguns dos alertas principais:
- Pesquise a equipe do projeto: antes de investir, verifique quem são os responsáveis pelo projeto. Busque informações sobre os membros da equipe em redes como LinkedIn, por exemplo, e avalie se possuem experiência no mercado cripto. Cuidado com perfis anônimos ou com pouca informação disponível, pois são indícios de risco.
- Analise o modelo de negócios: entenda como o projeto promete gerar lucros. Pesquise se existe documentação detalhando o modelo de operação e justificando a rentabilidade proposta. Modelos confusos, superficiais ou sem uma estrutura clara têm grandes chances de serem fraudulentos.
- Examine o white paper: a maioria dos projetos apresenta um white paper – documento que explica o design e o funcionamento do projeto. Ele deve incluir um bom planejamento, projeções de receita e uma justificativa clara para o modelo de negócios. White papers com pouca profundidade ou inconsistências devem ser vistos com desconfiança.
- Desconfie de rentabilidade alta e imediata: promessas de retornos muito altos em um curto período são uma estratégia bem comum de golpistas. Se a rentabilidade parece “boa demais para ser verdade,” suspeite sempre!
- Cuidado com publicidade exagerada: golpistas frequentemente investem em campanhas de marketing pesado e até contratam influenciadores para atrair mais vítimas.
Seguir essas dicas pode ajudar a identificar golpes de saída (exit scam) e proteger seu capital.
Como se proteger de um exit scam?
Para se proteger contra exit scams ou golpes de saída, é importante entender como o mercado de moedas digitais realmente funciona e reconhecer as diferenças fundamentais entre o Bitcoin e outras criptomoedas.
Logo, a melhor defesa é evitar o apelo de criptomoedas “promissoras” e manter-se cauteloso diante de promessas exageradas de retorno rápido e garantido.
Além disso, estude o Bitcoin, a única moeda verdadeiramente descentralizada, em operação há 15 anos sem interrupções, consolidando-se como uma reserva de valor cada vez mais escassa e confiável, até mais do que o ouro.
Bitcoin é a moeda digital mais segura e de melhor desempenho ao longo dos anos, superando qualquer outro ativo no mercado.
Seu criador, Satoshi Nakamoto, projetou o sistema como código aberto e anônimo, permitindo a participação de qualquer pessoa na rede. Ao desaparecer sem pré-minerar bitcoins para seu próprio benefício, Nakamoto deixou o projeto inteiramente nas mãos da comunidade, reforçando ainda mais a sua segurança e transparência.
Não quer cair em exit scam? Estude e compre Bitcoin!
Conclusão
São muitos os golpes existentes no mercado, e o exit scam é um deles. Pode até parecer difícil de detectar, mas com atenção aos sinais de alerta, você conseguirá proteger melhor seu capital.
Lembre-se de pesquisar a fundo, questionar promessas de lucros fáceis e, se deseja escolher um projeto sólido, apenas o Bitcoin pode garantir isso. Afinal, segurança é sempre a melhor estratégia para quem investe nesse universo, certo?
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Fundadora da Area Bitcoin, um dos maiores projetos de educação de Bitcoin do mundo, publicitária, apaixonada por tecnologia e mão na massa full time. Já participou das principais conferências de Bitcoin como Adopting, Satsconf, Surfin Bitcoin e Bitcoin Conference.
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