Pode o Bitcoin acabar com os Bancos? O bitcoin surgiu em 2008 e junto com ele veio a frase “be your own bank” ou, na tradução para português, “seja seu próprio banco”.
Essa frase remete a algo que só o bitcoin nos devolve, que é a independência e autonomia. Pois, desde que a criptomoeda existe, não é mais necessário o uso de bancos ou de intermediários para enviar e receber valores digitalmente.
Mas, será que a criação do bitcoin coloca em cheque a existência dos bancos, que é o setor mais lucrativo da economia global?
A mudança na ecônomia global nos últimos 12 anos
Nos últimos 12 anos o mundo mudou drasticamente e o mercado financeiro também já não é mais o mesmo, se comparado à uma década atrás.
Passamos por diversas crises econômicas, uma pandemia que forçou a digitalização de tudo e o surgimento do próprio bitcoin, surgindo com força como uma economia descentralizada e forçando os bancos a se adaptarem à essa nova realidade.
A primeira disrupção do Bitcoin
Assim, a primeira disrupção do Bitcoin foi tornar obsoleta a função dos Bancos Centrais. Com ele, não são mais necessárias figuras políticas para determinar arbitrariamente como a moeda entrará na economia.
Além disso, no Bitcoin, a emissão de novas moedas já está programada desde a sua criação. Portanto, através de códigos de programação e da matemática, é possível ter muito mais previsibilidade sobre como o sistema financeiro irá funcionar. Isso faz com que, independentemente do viés político ideológico, a rede funcionará exatamente como ela foi programada. Em resumo: sai a política e entra a matemática.
Bitcoin segue um protocolo que roda ininterruptamente há mais de uma década, onde todos os participantes seguem todas as regras e estimula a colaboração de todos.
Em outras palavras, Bitcoin desmaterializou, automatizou e descentralizou o papel dos bancos centrais. Mas, não só os Bancos Centrais, como também os bancos comerciais, que por anos tentaram lutar contra algo que é imparável.
A luta entra bancos e bitcoin
Sabe aquela frase: “primeiro eles te ignoram, depois riem de você, depois brigam e então você vence”?
Então! É isso que está acontecendo com os bancos em relação ao bitcoin.
Até 2020, Bitcoin era alvo das mais fantasiosas acusações por parte dos banqueiros.
Veja abaixo o que Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, um dos maiores bancos do mundo, disse em 2017 que se você é burro o suficiente para comprar bitcoin, você vai perder tudo um dia. Além disso, ele também disse que bitcoin é fraude e quem compra btc é fora da lei.
E não foi só os bancos gringos que teceram críticas, no Brasil, os bancos também atacaram o bitcoin.
Banqueiros, CEOs e fundadores de bancões já se juntaram para lançar seu veneno sobre a descentralização da economia, veja abaixo.
Além disso, esses bancos inclusive chegaram a fechar contas de exchanges e de clientes que negociavam bitcoin.
Nada como uma boa reserva de mercado para tentar evitar a competição e travar concorrência, não é mesmo?
E então, bitcoin vence!
Negaram, xingaram, espernearam, diziam que bitcoin “não tinha valor instrínseco”, que “é coisa de criminoso”, “que é muito arriscado” e “que não dá pra confiar porque bitcoin poderia ir a zero”.
Esses argumentos serviam enquanto bitcoin era uma ameaça. Porém, todo esse discurso começou a mudar em 2021.
Novo discurso dos bancos
Os bancos tiveram que mudar, já que estavam a frente à uma nova realidade. Assim, inventaram mil e uma narrativas contra o bitcoin e agora mudaram totalmente suas estratégias e estão vindo com tudo para tentar centralizá-lo.
Os bancos estão tomando para si muitos dos argumentos que os bitcoiners falam há anos:
- é um ativo de diversificação;
- é um ouro 2.0;
- é o futuro do dinheiro.
Assim, os principais bancos do mundo começaram a oferecer fundos de bitcoin pros seus clientes.
JP Morgan, Citibank, Goldman Sachs e outros bancos globais agora estão arrastando asinhas pro nosso lado.
Além disso, aqui no Brasil isso também já começou a acontecer, o Itaú chegou a criar um produto com bitcoin empacotado para clientes qualificados, sendo que bitcoin é para todos, logo, não precisa ser cliente premium para ter acesso.
Até o BTG Pactual, o mesmo banco que disse que bitcoin era uma piada, agora possui uma exchange que negocia bitcoin e outras moedas digitais.
Isso deixa claro como é preciso observar o que eles fazem e não o que eles falam.
No fundo, a sensação que fica é que estavam com medo ou tentando ao máximo abafar a importância do bitcoin, para que assim, eles pudessem ter tempo de embarcar nessa tecnologia.
É aquele velho jogo sujo de interesses que banqueiros fizeram a vida inteira.
Como fica o bitcoin?
Mas, pro bitcoin nada disso importa! Bitcoin é um honey badger, ele não dá a mínima pros banqueiros.
O que é honey badger?
“Honey badger” é um apelido que foi dado ao Bitcoin devido às suas características resistentes e persistentes. O nome é baseado em um vídeo viral da natureza que mostra um texugo-do-mel, conhecido como honey badger em inglês, que é um animal notável por sua coragem, habilidade e resistência.
Assim como o texugo-do-mel, o Bitcoin é notável por sua capacidade de sobreviver e prosperar em condições adversas.
Portanto, bitcoin nem ataca, ele só existe. A tecnologia cria um bloco a cada 10 minutos e está totalmente focada em seguir o seu mecanismo de consenso.
Assim, o simples fato de btc existir e resistir em meio a tanta manipulação e calúnia é o que o diferencia de todo o resto.
Portanto, sempre que o Bitcoin não morre, expõe o quão equivocados estavam desde o início todos os “engravatados”, e é importante lembrar que o Bitcoin foi criado para nos libertar dos bancos!
Antes do bitcoin, o sistema financeiro dependia exclusivamente dos bancos em um sistema fechado, burocrático, carrancudo, que só funcionava em horário comercial e cheio de regras e limites para transacionar o seu próprio dinheiro.
Lembre-se de que, mesmo que os bancos tenham aderido ao Bitcoin e agora ofereçam negociação para seus clientes, eles nunca permitirão que você tenha a liberdade de retirar suas moedas da instituição bancária.
Leia: Vale a pena comprar bitcoin pelo Nubank?
Seja o seu próprio banco
Lembra que comentei que com o surgimento do bitcoin, surgiu também a frase “seja o seu próprio banco”?
Então, é isso que bitcoin te proporciona e é isso que os banqueiros não querem que você descubra.
A maior mudança que o bitcoin trouxe não foi a valorização parabólica ou a digitalização do dinheiro – embora esses sejam aspectos importantes. A principal vantagem do bitcoin é a liberdade que ele oferece.
O Bitcoin é uma forma de ativo que permite a movimentação de dinheiro sem a necessidade de intermediários ou terceiros. Isso significa que você tem a liberdade de gerenciar seus próprios recursos financeiros de acordo com suas preferências.
No entanto, os bancos não são capazes de oferecer essa mesma liberdade, pois precisam manter o controle e intervir em todas as transações, já que essa é a base do seu modelo de negócios.
Não deixe o seu saldo no banco
Com as regras impostas pelas instituições financeiras, já é difícil sacar grandes quantidades de dinheiro fiat. Agora, imagine tentar sacar bitcoin, o ativo mais escasso do mundo, de dentro de um banco!
Por esse motivo, é provável que os bancos criem seus próprios serviços de custódia e incentivem as pessoas a comprar bitcoin diretamente deles e deixar suas moedas preciosas sob sua guarda.
O curioso é que os bancos sempre desdenharam do bitcoin e agora querem dizer qual é a melhor forma e a mais segura de comprar bitcoin! Fala sério!
Não compre bitcoin através de bancos
Comprar bitcoin através de bancos vai contra a essência descentralizada da criptomoeda. Por isso, é recomendado que as pessoas sejam responsáveis pelo próprio dinheiro e aprendam a comprar e guardar bitcoin de forma direta e segura, ao invés de depender de serviços de custódia oferecidos por bancos.
Assumir a custódia de bitcoin não é difícil, e é possível adquirir uma carteira hardware, como a Ledger, para se tornar o detentor do próprio patrimônio.
Aprenda a manusear uma carteira de bitcoin e a guardar bitcoin do jeito certo no treinamento Carteira Bitcoin!
Adapte-se ou morra!
O bitcoin é uma tecnologia que permite o acesso democrático a serviços financeiros, tornando possível a participação de qualquer pessoa que tenha acesso à internet e um dispositivo eletrônico, como um celular ou computador.
Diferente do sistema bancário tradicional, o bitcoin é livre, aberto e funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem barreiras ou limitações geográficas.
Assim, à medida que o bitcoin continua a desafiar as previsões céticas, um número crescente de pessoas está descobrindo a autonomia e a liberdade que a criptomoeda pode oferecer. É importante lembrar que essa liberdade e autonomia são valores que os bancos tradicionais não promovem.
Enquanto as finanças tradicionais estão limitadas por fronteiras, Bitcoin é global.
Portanto, não importa se você está no Brasil ou no Pólo Norte, você poderá participar da mesma forma.
Todas essas inovações estão trazendo uma competição selvagem para os serviços financeiros. Assim, muitos bancos tradicionais precisarão mudar para sobreviver nesse novo ambiente, caso contrário muitos deles morrerão.
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Fundadora da Area Bitcoin, um dos maiores projetos de educação de Bitcoin do mundo, publicitária, apaixonada por tecnologia e mão na massa full time. Já participou das principais conferências de Bitcoin como Adopting, Satsconf, Surfin Bitcoin e Bitcoin Conference.
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